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O cancro, uma das principais causas de morte a nível global, afeta milhões de pessoas todos os anos, incluindo em Portugal, onde cerca de 60.000 novos casos são diagnosticados anualmente.
Em 2022, foram registados aproximadamente 20 milhões de novos diagnósticos e 9,7 milhões de mortes relacionadas com a doença, segundo dados da OPAS. Embora o cancro cerebral represente uma fração menor da incidência total, a sua mortalidade elevada sublinha a necessidade de investigação e avanços no tratamento, especialmente num cenário de desigualdade global, com a Ásia a registar mais de metade dos casos e Portugal a contabilizar cerca de 700 novos diagnósticos por ano.
Ao longo dos anos, o cancro estabeleceu-se como uma das principais causas de morte em todo o mundo, afetando milhões de pessoas anualmente.
Segundo dados recentes da OPAS, em 2022, foram registados aproximadamente 20 milhões de novos casos de cancro e 9,7 milhões de mortes relacionadas a esta doença.
Estima-se que 1 em cada 5
pessoas desenvolverá algum
cancro ao longo da vida
Cerca de 1 em cada 9 homens e
1 em cada 12 mulheres falecerão devido à doença.
Através do International Agency for Research on Cancer (IARC), foi possível analisar a incidência global do cancro cerebral. Estes dados revelam uma distribuição desigual entre os continentes.
Na Oceania, foram registados 2.626 novos casos, Na África, o número alcança 19.289 casos, correspondendo a 6%.
Na América Latina e Caraíbas, são 26.992 casos. Na América do Norte, foram observados 28.126 casos, ou 8,7%.
A Europa regista 67.559 casos, totalizando 21%, enquanto a Ásia apresentou o maior valor, com 177.139 casos, representando 55,1% do total global.
No gráfico seguinte é possível ver, a partir de números absolutos, a mortalidade associada aos diferentes tipos de cancro em homens e mulheres, com dados de 2022 retirados da International Agency for Research on Cancer (IARC).
A análise permite comparar as variações entre os sexos e destacar os tipos de cancro com maior impacto na mortalidade.
A nível da taxa de prevalência também se observa uma diferença significativa entre os continentes.
Na Ásia, foram registados 129.618 casos, representando 52,1% do total mundial. Na Europa, são 58.206 casos, ou 23,4%. Na América do Norte, há 25.584 casos, totalizando 10,3%. A América Latina e o Caraíbas têm 20.633 casos, que correspondem a 8,3%. Na África, foram registados 12.206 casos, representando 4,9%. Por fim, a Oceânia regista 2.404 casos, ou 0,97% do total global.
Os dados revelam diferenças entre homens e mulheres. Por exemplo, o cancro do pulmão apresenta uma mortalidade maior nos homens (1 233 241 óbitos) do que nas mulheres (584 228 óbitos).
Além disso, o cancro do fígado e do cólon também se destacam entre as principais causas de mortalidade, com 524 826 mortes em homens e 236 899 em mulheres no caso do fígado, e 499 775 em homens e 404 244 em mulheres no caso do cólon.
Portugal
Agora em
Em Portugal, o cancro é a segunda principal causa de morte, apenas atrás de doenças cardiovasculares.
Através dos dados do website da Liga Portuguesa Contra o Cancro, estima-se que todos os anos sejam diagnosticados cerca de 60.000 novos casos de cancro no país, sendo que os cancros mais prevalentes são o cancro da mama, da próstata, do pulmão e do cólon.
O mesmo relatório aponta que, entre 2002 e 2017, verifica-se um crescimento médio anual na incidência de vários tipos de tumores malignos.
Este relatório indica que sem intervenções eficazes o número de casos de cancro em Portugal continuará a subir.
O cancro do cérebro e do sistema nervoso central é dos menos frequentes do que os outros tipos de cancro.
Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, este tipo de cancro representa uma fração menor da incidência total de cancro no país, com aproximadamente 700 novos casos diagnosticados anualmente.
A mortalidade associada a estes tumores é elevada, refletindo a necessidade de haver avanços na investigação e no desenvolvimento de tratamentos para melhorar a taxa de sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes.
Segundo o Plano Nacional de Saúde 2021-2030 a incidência de cancro em Portugal continuará a aumentar nas próximas décadas, acompanhado o rumo que o mundo caminha.
Este aumento é devido a fatores como o envelhecimento populacional, estilos de vida pouco saudáveis e a exposição a agentes carcinogénicos.
Segundo o Registo Oncológico Nacional (RON), há mapas de incidência que ajudam a compreender a distribuição do cancro de forma generalizada, incluindo os do sistema nervoso central.
Além disso, o Atlas da Mortalidade por Cancro em Portugal e Espanha oferece “insights” sobre padrões regionais que afetam a mortalidade por diferentes tipos de cancro, reforçando a relevância de análises mais detalhadas para este subtipo específico.
Através do estudo fornecido pelo Registo Oncológico Nacional (RON), é possível observar o número de novos casos relativamente ao cancro cerebral por região em Portugal em 2020: no Norte foram registados 186 novos casos (2,4 casos por 100.000 habitantes-ano), no Centro foram registados 105 novos casos (1,7 casos por 100.000 habitantes-ano), em Lisboa e Vale do Tejo foram registados 221 novos casos (2,9 casos por 100.000 habitantes-ano), no Alentejo foram registados 38 novos casos (2,4 por 100.000 habitantes-ano), no Algarve foram registados 19 novos casos (2,0 casos por 100.000 habitantes-ano), nos Açores foram registados 15 novos casos (2,3 casos por 100.000 habitantes-ano) e na Madeira foram registados 16 novos casos (2,5 casos por 100.000 habitantes-ano).
A Estratégia Nacional de Luta contra o Cancro 2021-2030 sublinha a importância de implementar medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos para melhorar resultados.
Além disso, instituições como o Instituto Nacional de Estatística (INE), disponibilizam estatísticas de saúde que podem enriquecer a análise da evolução do cancro no país.
Relativamente à sobrevivência, as taxas variam entre países. Através de um artigo da RR, baseado na revista “Lancet” é possível verificar que nos países nórdicos como a Dinamarca, Alemanha, Suécia, a taxa de sobrevivência para o cancro do cérebro pode chegar aos 80% enquanto, no México e no Brasil a taxa é inferior a 40%.
Esta diferença é refletida na disponibilidade e qualidade dos diagnósticos e tratamentos.
Segundo o IPO, em Portugal, as taxas de sobrevivência para cancros mais comuns, como o cancro da mama, da próstata e do cólon, são superiores à média da União Europeia.
Ainda assim, para o cancro do cérebro, os dados específicos de sobrevivência ainda não são abundantemente divulgados, o que indica que é necessário mais investigação nesta área específica.
Segundo a Médis, os dados mais recentes, indicam que o cancro do cérebro e do sistema nervoso central afeta aproximadamente 20 pessoas por cada 100.000 habitantes, totalizando cerca de 1.225 novos casos por ano em Portugal.
Estes números são uma chamada de atenção para a necessidade de esforços coordenados para reduzir o impacto negativo desta doença.
Entre as medidas sugeridas estão o aumento do investimento na área da investigação, o acesso a tratamentos disponíveis no norte da Europa e a promoção de estilos de vida mais ativos e saudáveis, reduzindo assim a exposição a fatores de risco conhecidos.
O cancro é uma das maiores causas de mortalidade a nível mundial. Os números mostram o impacto desta doença na vida de muitas pessoas. Apesar dos avanços na medicina, o controlo e o tratamento do cancro continuam a ser uma prioridade global. Em Portugal, o cancro é a segunda causa de morte no país e o número de casos continua a aumentar. Este aumento está relacionado com o envelhecimento da população, os hábitos de vida e a exposição a fatores de risco. O combate ao cancro exige esforços na prevenção e no diagnóstico precoce.
O cancro do cérebro, embora menos frequente, apresenta uma taxa de mortalidade elevada. Esta realidade reforça a necessidade de mais investigação e desenvolvimento de tratamentos eficazes. Melhorar as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes é uma prioridade.
A prevenção é essencial. Promover estilos de vida saudáveis, reduzir a exposição a fatores de risco e sensibilizar a população para a importância de consultas regulares são passos fundamentais. É também importante garantir que os avanços científicos e médicos estejam acessíveis a todos.
O caminho para reduzir o impacto do cancro é longo, mas possível. Com estratégias coordenadas, mais investigação e foco no ser humano, é possível avançar. Cada passo contribui para a mudança.
Laboratório de Comunicação Digital
Docente: Professor Élmano Ricarte
2024/2025
Infográfico realizado por
Frederico Espírito Santo, João Luz,
Láisa Viegas & Luna Esteves